domingo, 29 de maio de 2011

Sentia-me bem por outras estâncias da vida.
Nos paradeiros seguros da minha paixão
Braços leves e pesados supriram-me diante a cova.
A estes agradeço.
E não são os mesmos dos dias de sangue
Os que me amamentaram
Egoístas braços, fortes e sadios braços.
Deram-me as carícias necessárias
Na hora do choro ensinaram-me a nutrir-me
Movimentaram os meus músculos
Fizeram-me andar e excretar na hora certa.
Conheceram cada célula exposta de meu corpo
E hoje, simplesmente, me desconhecem.

Já não uso mais laços nem nos calçados.
Não calço mais nenhuma obrigação.

A cada momento que me pego a sós com minha alma
É como se estivesse restringindo a data de minha morte.


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