(...)
Eu deixo a vida como deixo o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
– Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;
(...)
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.
(...)
Álvares de Azevedo
Com a visão perturbadaPercebi um vulto negro
Cruzando a estrada
Cruzando a estrada
Roubou-me a vida que eu não mais tinha
Levou embora a memória e a consciência.
Deixou-me nua, com os braços vermelhos.
Sorriu para mim, impiedosa,
Deixando existir apenas o meu passado.
Levou embora a memória e a consciência.
Deixou-me nua, com os braços vermelhos.
Sorriu para mim, impiedosa,
Deixando existir apenas o meu passado.