domingo, 29 de maio de 2011

De presente uma poesia bastaria
Uma música que seja, uma prosa,
Mas que seja para mim,
Ou para outro amargurado qualquer.
De morrer, de saudade ou de solidão,
Uma arte que me acompanhe, que de instante seja minha.

Fernando, Augusto, Álvarez... Todos me agradam
Mesmo que eu os sinta tão longe, como outros amores,
Se fossem só amores, mas são contemplação e inferno.
A lembrança que me destrói. Quisera eu não ter vivido tudo!
E ter vivido menos, o tamanho da vida a distância da estrada.

Um alívio como chuva para o Cerrado.
O que eu espero, é a necessidade de um bioma inteiro.
Tenho um aglomerado de células nervosas enfastiadas
Procurando ouvir filosofias de contra cultura,
Melancolias de botequim, arrependimentos de ressaca.
Espero suprir-me pelo desassossego, que era antes meu sossego.

Anseio meus delírios a ensaiá-los nas pessoas,
Empobrecendo minha realidade com morbidez
Que são todas as utopias e todas as coisas delas.
As idealizações perpétuas são parasitas do encéfalo
E toda paixão é platônica e narcisista.

O movimento dos corpos, a inércia.
As grandes cidades as pessoas, a inércia.
A vontade, a saudade, a preguiça e a inércia.

Hoje sinto saudades do que tenho e do que não tenho
Vivo num paradoxo entre as lembranças e o esquecimento.

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